Preconceito sobre a classe Esteticista

O Preconceito da Classe Médica em Relação aos Esteticistas: Impactos e Caminhos para a Colaboração

Introdução

No Brasil, o setor de estética tem vivenciado um crescimento exponencial nos últimos anos. Procedimentos estéticos não cirúrgicos, como aplicação de toxina botulínica, preenchimentos dérmicos e tratamentos a laser, tornaram-se cada vez mais populares entre a população. Esse aumento na demanda tem sido atendido por uma variedade de profissionais, incluindo médicos dermatologistas, cirurgiões plásticos e esteticistas. No entanto, a relação entre esses grupos nem sempre é harmoniosa, especialmente no que tange à interação entre a classe médica e os esteticistas.

O Preconceito e Seus Efeitos

É notório que existe um preconceito por parte de alguns profissionais médicos em relação aos esteticistas. Termos como “não médico” são frequentemente utilizados de maneira pejorativa, desvalorizando a identidade e a competência desses profissionais. Essa terminologia cria uma hierarquia implícita, colocando o médico no topo e os demais profissionais de saúde em uma posição inferior. Tal postura não apenas desrespeita os esteticistas, mas também ignora a importância da colaboração interdisciplinar para um atendimento integral ao paciente. 

Esse preconceito pode levar a consequências significativas. Sentindo-se desvalorizados e marginalizados, muitos esteticistas podem optar por atuar na clandestinidade, realizando procedimentos sem a devida regulamentação ou supervisão. Essa prática aumenta os riscos para a saúde dos clientes, pois, na ausência de regulamentação, não há garantias de que os protocolos de biossegurança estejam sendo seguidos adequadamente.

A Importância da Educação e da Informação

Para mitigar esses riscos, é fundamental que os esteticistas tenham acesso a informações claras sobre os limites de sua atuação profissional. A criação e disseminação de conteúdos educativos que abordem novos métodos de trabalho e enfatizem a importância da biossegurança são essenciais. A falta de conhecimento profundo sobre protocolos de biossegurança é um dos principais desafios enfrentados pelo setor de estética atualmente. Abordar essa lacuna educacional pode reduzir significativamente os riscos associados a procedimentos estéticos realizados por esteticistas.

O Papel da MediSkin

Nesse contexto, iniciativas como a MediSkin desempenham um papel crucial. Embora o nome combine “Medi” de médico e “Skin” de pele, o objetivo da MediSkin é promover um espaço democrático onde todos os setores envolvidos no cuidado da pele possam compartilhar conhecimentos e experiências. A plataforma busca integrar profissionais médicos e não médicos, promovendo a troca de informações e a colaboração interdisciplinar. Ao fomentar essa interação, a MediSkin contribui para a redução do preconceito e para a construção de um ambiente mais seguro e ético na prática estética.

A Realidade Profissional no Brasil

É importante reconhecer a realidade do mercado de estética no Brasil. O país é o segundo no mundo em número de procedimentos estéticos não cirúrgicos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Esse cenário evidencia a alta demanda por serviços estéticos e a necessidade de uma força de trabalho diversificada para atendê-la. No entanto, há uma disparidade significativa entre o número de esteticistas e médicos dermatologistas disponíveis para atender essa demanda. Essa diferença ressalta a importância de uma convivência harmoniosa entre esses profissionais, visando o bem-estar dos clientes e a qualidade dos serviços prestados.

Conclusão

A superação do preconceito entre a classe médica e os esteticistas é fundamental para garantir a segurança e a eficácia dos procedimentos estéticos no Brasil. Ao promover a educação continuada, o compartilhamento de informações e a colaboração interdisciplinar, é possível construir um ambiente onde todos os profissionais possam atuar dentro de seus limites legais e éticos. Afinal, tanto médicos quanto esteticistas compartilham um objetivo comum: cuidar da pele e promover a saúde e a autoestima de seus clientes.